terça-feira, agosto 29, 2006

Um Disco Marcante (Eduardo dEUS)

"Com esta crescente e justa valorização e aceitação de nós negros hoje na sociedade, se torna oportuno escrever sobre o "ídolo negro"da música brasileira, pós Roberto Carlos, filho de uma prostituta, alcoolátra, de infância pobre vivendo em internato e que não conheceu os pais, foi abandonado ao nascer no lixo em Campo dos Goitacases-Rj, em 1948.
Como podem ver, tem tudo para ser um personagem de uma das composições de Tom Waits. Falo de Evaldo Braga que, com apenas dois discos: O ÍDOLO NEGRO (1971) e O ÍDOLO NEGRO vol.2 (1972) ,foi capaz de nos brindar com verdadeiros clássicos da música brasileira, taxado como "brega", mas, eu diria: música de qualidade. Canções como: Sorria,sorria/A cruz que carrego/Eu não sou lixo e Noite cheia de estrelas, (esta última, fora interpretada no filme MADAME SATÃ por Lázaro Ramos). Estas canções retratam muito bem a vida levada por Evaldo Braga.
O "ìdolo negro" Evaldo Braga teve uma carreira relâmpago mas, de estrondoso sucesso, fora interrompido de provar mais deste sabor aos 25 anos de idade em 31 de Janeiro de 1973, num acidente automobilistico em Três Rios-Rj, completamente embriagado. Talvez estivesse cantando uma das suas canções: A vida passando por mim preciso esquecer/assim como estou é inútil que vou fazer?"

quarta-feira, agosto 23, 2006

Um Disco Marcante (David Vertigo)

A partir de agora, cada membro da Modus irá postar um pequeno comentário sobre um disco que ouviu e que foi marcante, seja como influência na formação musical ou apenas como ouvinte. Quem estréia esta seção é o Digitador/vocalista David:
"Acho que foi entre 1992 e 1993, um amigo meu chamado Rodrigo (Kigo, que mais tarde também tocaria na Modus) foi até minha casa levando dois discos: um era o "Once Upon a Time" de Siouxie & The Banshees e o outro foi "Substance" do Joy Division. Ele disse: "Cara, ouça estes discos, achei este tipo de música muito triste, talvez você goste!". Lembro que passei rapidamente o disco de Siouxie, na época não gostei muito, e logo depois corri para ouvir o Joy, pois já tinha lido sobre o suícido do vocalista Ian Curtis. Fiquei imediatamente encantado e hipnotizado com aquele tipo de música:, os climas, os vocais sombrios, o som do baixo na frente da guitarra (foi o que me influenciou a tocar baixo), tudo!! Sempre que ouço este disco tenho a mesma sensação, é inesquecível o final de "Leaders of Men" com aquelas guitarras, o instrumental de "Incubation", o ritmo de "Autosuggestion"!!! Como ficar imune a uma música tão fascinante e perturbadora??
Foi a partir daí que comecei a ouvir Gothic Rock, Pós Punk e afins, numa paixão que dura até hoje e, acredito, não vai terminar! Nunca!!"