quarta-feira, outubro 31, 2007

Entrevista com a Modus - Parte 2

Continuação de nossa entrevista para o lançamento da coletânea "Under the Southern Sun", do post anterior:

6- Sabe-se que o verdadeiro espírito da Modus repousa no industrial pré oitentista e oitentista, com nítidas influencias do post punk e da coldwave, mantendo a banda, as características iniciais do estilo como o experimentalismo e o caos sonoro...porem, hoje infelizmente o conceito de industrial moderno refere-se principalmente as bandas que seguiram a escola do ministry e do white zombie como marilyn manson e rammstein, alem de bandas que exploram um lado mais dançante....o conceito de rock industrial foi deturpado? Ou trata-se somente uma ramificação moderna?

Nossa, foi a melhor definição do som da Modus dada até hoje!! (rs). Acreditamos que existe um pouco de cada coisa, houve uma deturpação que tornou o estilo mais acessível e palatável, em parte devido a associação com o Metal (que sempre desprezou a música sem técnica como o Industrial, o Eletrônico e afins). Algumas bandas realmente procuram atualizar o conceito de forma honesta e criativa; sem diluição; a exemplo do Ministry, Young Gods, Treponem Pal. Já outras estão apenas pegando carona na onda e não demonstram aprofundamento; como o próprio White Zombie (que só serviu na prática para lançar Rob Zombie, nem como músico, e sim como cineasta). A ramificação realmente existe (Industrial Metal), só que temos muitos artistas que vão sumir com o tempo por não possuirem embasamento e outros vão se firmar pela coerência, como o Young Gods, que já tem mais de 20 anos de atividade!

7-Uma coisa que chama atenção na Modus é o balanceamento feito nas composições, existem doses exatas de caos e melancolia. As letras e as melodias transparecem um misto de desordem e desespero gritante, mas ao mesmo tempo de tristeza e sensibilidade...me parece que mesmo de forma despretensiosa, a modus conseguiu traduzir em musica os sentimentos que atraem os apreciadores da subcultura gótica e os adeptos do nos industriais, porem de uma forma nada fantasiosa, por assim dizer, já que todos os aspectos ditos melancólicos que se apresentam nas musicas da modus possuem um caracter moderno, urbano e real como por exemplo a descrição poética de uma morte por acidente de automóvel. Em tempos de saturação da tematica lírica gótica isso seria um trunfo?

Com certeza, este fator é algo realmente intencional! Embora trabalhemos com o Gótico, não nos prendemos a devaneios, procuramos estar atentos a realidade que nos cerca. Se por um lado, a Modus aborda sentimentos bastante íntimos, como: loucura, desordem mental e outros; por outro lado, pretendemos fazer uma analíse crítica do mundo moderno que a cada dia se torna mais amargo e sem esperança. Muitas das letras atuais, inclusive, já carregam este sentimento de descrédito perante a sociedade. Musicalmente também trabalhamos desta forma: procuramos criar climas viajantes e entorpecentes através de sequencias de ruído e notas lineares, fazendo da música uma ponte entre estes dois extremos. Podemos afirmar que, com relação a outras bandas do estilo, este é nosso maior trunfo!

8-“A modus não é dançante!” Como vocês encaram este tipo de frase?

Bem, a pessoa que teceu este comentário o fez como uma crítica, mas nós encaramos como elogio! (rs). Foi a respeito de nossa apresentação no Nordeste Gothic Reunion, e no dia seguinte a pessoa falou que deveríamos ter tocado no início ou no fim, pois "não somos dançantes"! Foi algo interessante porque, se por um lado "quebramos o clima" das bandas como Plastic Noir e Almas Mortas; por outro ficou reforçado o aspecto (abordado justamente na pergunta anterior) de que realmente somos idiossincráticos e diferenciados de outras bandas Góticas. Só espero que estas bandas não tomem isso como ofensa, afinal apenas somos mais barulhentos, só isso! (rs)

9- Os shows da Modus são conhecidos pela singularidade de cada um deles, jah vi pessoas comentarem que nunca viram um show da modus que se parecessem com outro já feito pela banda....como se dá este processo de entrega da Modus no palco?

É algo bem real, pois quando tocamos colocamos para fora todo o ódio. Procuramos também trabalhar bastante o lado visual, utilizando uniformes e outros, tudo dentro de uma coerência. A Modus escreve sobre o que vive, portanto fica fácil passar o que sentimos pela música. Conseguimos transmitir raiva, melancolia, reflexão e outros simplesmente porque é por aquilo que estamos passando na nossa vida. O resultado é que as nossas músicas nunca abordam uma única forma de expressão ou sentimento, é difícil ver alguém que só curte Gótico por exemplo, falar que gosta de todas as composições, as pessoas se identificam mais com uma ou outra. Tudo isso acaba modelando a nossa presença de palco. Outra coisa que contribui é que nunca encontramos a estrutra que necessitamos nos shows (poucos microfones, som inadequado, etc), dest foma acabamos criando nossa própris estrutura para complementar o show, como: máscaras, imagens, objetos e outros.

10-Podemos dizer que a musica da Modus é instintiva? Como é o processo de composição?

Sim, é bastante instintiva! Não procuramos criar arranjos elaborados, a composição segue de forma livre, bastante semelhante ao método dos Dadaístas. Normalmente ficamos tocando qualquer coisa de forma espontânea, sem nada combinado. Daí naturalmente ocorre um ajuste, onde alguém cria algo em cima e então passamos a trabalhar naquilo, que pode ser uma sequencia musical, uma nota repetida ou até mesmo um som ou ruído! O último passo e encaixar a letra, que demora um pouco. Mas tem também o método tradicional: alguém tem uma sequencia de notas e aí trabalhamos em cima até ficar ao gosto de todos. É um processo bem participativo e dinâmico!

11-A musica “Visões” pode se encarada como uma alegoria para a culpa?

Sabe, nunca a vimos desta forma. Mas sabemos que os admiradores tem sempre uma forma própria de interpretar as letras e a música. Podemos sim, encarar ela como uma alegoria a culpa, pois acreditamos firmemente que a arte em geral pode ser entendida dos mais diferentes pontos de vista.

12 -Uma síndrome do underground e talvez da música mainstream é a chamada “descoberta tardia”, muitas bandas viram lendas, após seu termino, como por exemplo as brasilienses Lupercais e Pompas Fúnebres, a paulista Stale Bread, a mineira Lábia Minora e a baiana Chants of Maledicta, hoje objetos de culto e de amor tardio, a Modus teme ser uma banda “cult post mortem”?

Acreditamos que já passamos deste estágio. Primeiro devido ao longo tempo de estrada que temos, enquanto a maioria das bandas citadas durou menos que nós. Outro fator a se considerar é que nosso som, como falamos anteriormente, é muito estranho até mesmo para um padrão Underground. Não iremos passar a ter maior aceitação só porque terminamos, isso até pode ocorrer, mas não de forma como aconteceu com as bandas acima. Existe a questão que uma banda que acabou atiça mais a curiosidade do que uma em atividade, mas só o tempo poderia dar uma resposta real a essa questão.

13-A banda pretende voltar a gravar alguma coisa? Algumas músicas novas já são bem conhecidas por causas dos shows, existe intenção de grava-las em estúdio?

Sim, já está mais do que na hora de gravarmos, o CD "Radio-Graphia" é de 2000, sete anos é muito tempo!! (rs). Antes do final de Novembro estamos lançando o CD novo. Vamos participar do tributo a banda carioca Black Future com a música "Eu Sou o Rio", que já foi desenvolvida, por isso temos de estabelecer este prazo, já que a coletânea será lançada no final de Novembro. As músicas estão mais dançantes (por incrível que pareça!) e as letras estão mais diretas. Vamos fazer uma embalagem especial, com o intuito de alavancar as vendas do CD físico, ao invés do mp3. Aguardem!!

14- Valeu pela entrevista David. Utilize este espaço para considerações finais.
Agradecemos ao espaço e a iniciativa, esperamos que daqui por diante mais oportunidades se abram para nós e as bandas irmãs! Muito obrigado a todos que nos acompanham por tantos anos e aos novos fãs. Para novidades, acessem www.modusweb.blogspot.com ou www.myspace.com/modusweb .

Entrevista com a Modus - Parte 1

A entrevista a seguir será lançada juntamente com uma coletânea de bandas Darkwave nacionais, que está sendo organizada por Ranniere (um dos produtores do Nordeste Gothic Reunion). A coletânea se chamará "Under The Southern Sun", segue a primeira parte:

1-O que é a Modus Operandi?

A Modus Operandi é um conceito musical, artístico e cultural, não somos um banda no sentido tradicional do termo. Para compor nossas músicas temos influências de quadros de Dali e Kandinski, de movimentos artísticos como o Dadaísmo, de livros como "Almas Mortas" de Gogol ou de filmes como "O Massacre da Serra Elétrica" de Tobe Hooper. Além da música em si, tentamos transmitir a sensação de ler um livro fascinante, ver um filme de impacto ou assistir uma manifestação artística ou um quadro, tudo isso na forma de música. Felizmente, as pessoas percebem isso e sempre comentam, o que é bastante positivo para nós!

2-Você sempre cita como influências da banda, varias bandas baianas desconhecidas do publico underground nacional como o Treblinka e o Meio Homem, que sem dúvida estão bem acima da média...a cena baiana e nordestina em geral é menosprezada? Ou isto é apenas um complexo do underground daqui?

Bem, é uma coisa de anos e anos, né? Existe a questão do menosprezo que vem do fator cultural de Salvador, que nunca foi o berço do Rock e seus sub-estilos, aliada ao fato que de tudo ocorre no eixo Rio-São Paulo. Infelizmente, a região Sul e Sudeste ainda tem um certo preconceito com relação a música alternativa feita no Nordeste. Mas isso não signifique que seja algo generalizado, pois temos muitos admiradores de nossa música por estes lados que são pessoas realmente coerentes e se interessam por música seja ela de onde for. O Complexo de Underground acaba ocorrendo porque o Rock na Bahia é algo essencialmente alternativo. Claro que tem (poucas) bandas que tocam em rádio FM e aparecem na TV daqui (como a Cascadura), mas a grande maioria ainda é bastante desconhecida! Existem poucos espaços, o público é irregular e a mídia prefere dar vazão ao Pop Rock, daí temos essa "sensação" que acaba por se tornar o motivo de resistência das bandas undergrounds! Claro que me refiro as bandas que praticam um som fora dos padrões, como nós e outras tipo: Almas Mortas, Ecos e Sussurros, Desrroche, Chapéu Negro, etc. O Complexo acaba se tornando a bandeira destas bandas, que paradoxalmente faz que que elas durem mais do que as mais famosas, que desejam sucesso imediato e terminam tão rápido como aparecem!

3- A Modus Operandi tem mais de uma década de historia no underground baiano... em todos estes anos o que mais te deixou orgulhoso em ter uma banda como a Modus? E o que mais te decepcionou ou decepciona?

O que mais nos orgulha é o fato de termos nos tornado pais de família e continuarmos aqui até hoje! Vimos bandas como a Dead Billies, que saíram de Salvador e foram parar na MTV, e no final das contas não deram em nada por causa de egocêntrismos! O nosso orgulho é poder continuar com a mesma energia do início, sem mudarmos ou sem desrespeitar um ao outro na banda! O que decepciona é que o cenário se tornou mais fechado, apesar de mais popular. Antes existia uma maior interação de bandas de diversos estilos e diversos tipos de públicos, basta observar a grande quantidade de colatâneas que foram lançadas reunindo artistas de estilos distintos, como Telefanzine Linha Direta com o Rock, Umdabahia e outras. Digo isso porque a Modus já tocou (e ainda toca) com todo tipo de banda de outro estilo de Rock. Foi justamente isso que nos fez conseguir muitos fãs fiéis, fomos surpreendendo pessoas de outras tribos como o Metal e o Punk e estamos aí até hoje! Atualmente a coisa está se estratificando e existem grupos isolados que tocam nos mesmos lugares com o mesmo tipo de expectador, uma espécie de "ciclo vicioso" que só faz separar o pouco que existe!

4- Em se tratando de banda underground é sabido que retorno financeiro é algo que beira o impossível, e mesmo assim vemos bandas como a Modus e Almas Mortas, por exemplo, bancarem as gravações sem receber nenhum apoio.... o que motiva a Modus em continuar ?

Porque fazemos parte de um grupo que realmente se importa com música. Não ligamos para tocar no Rio Vermelho, sair no Bahiarock, aparecer na TV Salvador ou outra coisa do tipo. As bandas que estão na mídia soteropolitana atualmente são formadas de resquícios de outras que foram fracassadas, apesar de tocarem em lugares badalados e terem bastante exposição. Mas como não se ligam em objetivos, para eles tanto faz acabarem como continuarem. Chega um ponto em que desistem de vez e tudo isso acontece porque não existe NADA debaixo da aparência e do "oba-oba"! Já as bandas Undergrounds sempre continuam porque sabem que fazem algo que não pode ser viabilizado comercialmente, o que as leva a conhecer pessoas que se interessam verdadeiramente por música e elas passam a amar aquilo! A partir do momento que elas não objetivam colocarem seus egos na frente do palco e produzem música do coração, não existe preocupação com longevidade ou sucesso, cada fã conquistado para este tipo de banda já é um sucesso! Fazendo um comparação: as bandas da mídia se prostituem (pois sempre trocam de estilo, de roupa ou de qualquer coisa em nome do sucesso transitório) e as bandas do underground se casam (com sua fidelidade musical e caráter estético).

5- Acima de tudo underground significa liberdade de expressão em todos os sentidos, principalmente musical, mesmo assim podemos dizer que o próprio underground em parte não aceita bandas como a Modus? Ou não as entende?

No nosso caso específico, a resposta é sim, mas por um motivo bastante peculiar. Trabalhamos com o Industrial da primeira fase, estilo de músicas como a australiana SPK e a alemã Einsturzende Neubauten. Mesmo para fãs do Industrial, nossa música é bastante difícil, por isso encaramos o fato de nossas composições não serem sempre absorvidas como algo natural. Dentro do dito Undeground temos muitos subestilos e podemos observar que algumas bandas são bem compreeendidas, veja o caso da Jardim do Silêncio, que foi formada bem depois de nós e já possui uma aceitação bem maior que a Modus. Mas temos visto, com o passar dos anos, que mesmo no Underground existem certos paramêtros musicais e estéticos, o que resulta nessa não aceitação de alguns.

quarta-feira, outubro 03, 2007

DARKTRONIC X


O vocalista David Giassi também é DJ, e vai tocar no evento abaixo (como DJ Vertigo):


[ . [ . [ D A R K T R O N I C . X . ] . ] . ]
O Despertar dos Vampiros

# Live:
+ HATECH (SP) :::
www.myspace. com/hatech
(Industrial / EBM / Dark Electro)

+ Jardim do Silêncio :::
www.myspace. com/jardimdosile ncio
(Electro-Gothic / Darkwave)

+ X-Pleroma (Belém- PA) ::
www.fiberonline. uol.com.br/ pleroma
(Dark Electro / Industrial)

# DJs:
Devilla + Lohak + Vertigo + Monaco
+ Projeção de vídeos na pista
+ Lounge com exibição de filmes de vampiros
+ Malabares e Pirofagia
+ Stands (Estrela Negra (PE) / Sinister / Lohak's Bottons / Expozines)
+ Sorteio

Dia: 06 de outubro de 2007 (sábado)
Horário: às 20:00H

Local: Zauber Multicultura
(Ladeira da Misericórdia - atrás da prefeitura – Praça da Sé / Salvador - BA)

R$ 10 (antecipado) ::: R$ 12 (na hora)

Pontos de Venda:
* Monaco Tattoo (3495-3261)
* Smile Stamps (3322-1907)
*Andarilho Urbano (3450-4533)

Info:
http://www.fotolog.com/darktronic
E-mail: http://br.f560.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=ravenproducoes@yahoo.com.br
Comunidade no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=626929
Tel.: (71) 3495-3261 / 8857-7907 / 8189-4083