sexta-feira, setembro 25, 2015

"Blogzine" com resenha sobre a sonoridade da Modus.

Olá!

Confiram este texto bem bacana escrito por nosso amigo Leonardo Cima no seu site "Blogzine" sobre a Modus Operandi:

Pegue todas as bandas de pós-punk, de gótico e de rock industrial, coloque-as dentro de um liquidificador e bata em altíssima velocidade, na maior velocidade que o seu aparelho possa girar. Pronto. Você já tem o som da diferente e expressiva banda Modus Operandi! Uma banda de rock industrial que faz um som cheio de muita criatividade, vontade, persistência e que há anos vem atuando na cena roqueira baiana.
Formada por Davi Vertigo (sintetizadores/voz), Henrique Letárgico (baixo), Eduardo “Deus” (bateria), e Marcos Sampaio (furadeira/percussão metálica), a Modus Operandi já na sua formação quebra os formatos tradicionais das bandas de rock. Isso mesmo, foi o que você leu em algumas linhas acima. O conjunto não usa guitarra e no seu lugar a furadeira, uma quantidade considerável de metal (botijão de gás, placas velhas) e outros materiais inusitados. É, de verdade, a arte na música sendo levada para um outro nível. Ou outra dimensão!
Atuante no cenário desde o ano de 1998, o grupo tem cinco trabalhos lançados. A sua música possui uma sonoridade low-fi e pinta cenários surreais, sombrios e congelantes em suas letras. As melodias fortalecem essas paisagens transitando entre o industrial e o gótico, tendo como pano de fundo o experimentalismo já considerado como a base essencial da personalidade da banda. O caos do dia a dia é um tema recorrente em suas letras e também é muito bem traduzido em som, provocando calafrios em quem escuta os versos.
A sua apresentação ao vivo é uma experiência muito iteressante. Me lembro que por uma série de imprevistos demorei de comparecer a um show dos rapazes e permaneci por muito tempo curioso para saber como funciona a Modus Operandi em cima de um palco. Quando isso aconteceu me lembro que a expectativa para ver a banda estava em alta e que chovia uma chuva fina em Salvador. Na minha cabeça só me vinha a pergunta “como será uma furadeira no lugar da guitarra e como é fazer isso?” e eu sabia que a resposta só viria quando a banda começasse a tocar. Ela veio e estava tudo lá. A banda visualmente é crua e ao mesmo tempo expressiva, o turbilhão musical seco, poético e caótico foi tocado em alto e bom volume e arrastou quem estava vendo a apresentação para um espiral hipnotizante. A furadeira na percussão inquieta fazia chovisco de faíscas que sumiam ainda no ar antes de tocar o chão, e a interpretação verdadeira e não ensaida do conjunto, dentre outras coisas, era a conexão com o velho e bom rock’n roll. Dormi tranquilo naquela noite.
A Modus Operandi deveria tocar mais vezes e deveria ser convidada mais vezes para fazer isso por aqui. Ela tem em sua bagagem passagens por vários festivais em outros estados do país e de tempos em tempos faz uma presença em sons da cidade. Propositalmente evitei de relacionar a banda a outras referências musicais, seria injusto com os rapazes e com a criatividade do grupo. Não que eles tenham inventado a roda, não é isso, mas é tão original que merece ser escutado com a mente limpa. É poesia, é arte, é caos! É melhor você conhecer a Modus Operandi!