terça-feira, janeiro 16, 2018

Release "...Vício, Virtude, Violência..."

Confiram o release oficial do nosso novo disco, "...Vício, Virtude, Violência...", elaborado por nosso amigo Marcos Borgón:



Viciante, Virtuoso e Violento!
O ritmo frenético das grandes cidades. O caos do trânsito. A poluição sonora e atmosférica. As relações cada dia mais breves e fugidias. O crime e os noticiários sensacionalistas. A Modus Operandi representa e traduz a vida nas grandes metrópoles, e o melhor: transforma em arte. Mas não espere uma arte de fácil fruição, é antes de tudo uma arte complexa, anárquica, incômoda.
Vício, Virtude, Violência não é apenas um título. Trata-se de um conceito que permeia todo o EP. Na primeira faixa, M.A.L., uma gaita de blues antigo e melancólico passeia sobre o reator industrial acionado pela banda. A letra minimalista vem a bordo dos vocais ligeiros e raivosos de Henrique Letárgico. A poesia concreta da segunda música, U.M.A., nos chega através da inconfundível voz de David Vertigo, enquanto um berimbau parece animar uma roda de capoeira no meio de uma metalúrgica em plena atividade. Barbárie, a terceira faixa, teve a letra concebida na Estação da Lapa, antes de sua reforma. Com uma base pulsante, somos levados a perambular pelo submundo de Salvador. Ad Baculum traz o vocal do percussionista Marcos Sampaio; letra com trechos extraídos da Carteira de Trabalho, e uma bateria meio tribal, no centro de uma parafernália enlouquecida. A quinta faixa, Psicografia, contou com a ajuda sobrenatural de Lou Reed, que, segundo a lenda, teria ditado a letra para os integrantes da banda numa espécie de transe coletivo. Holocausto, a última faixa, remete aos horrores da Segunda Guerra, enquanto soa, também, assustadoramente atual. E ainda possui um final hipnótico e angustiante.
Vício, Virtude, Violência traz na capa o trabalho do artista plástico Devarnier Hembadoom, e em seu conteúdo, o conhecido potencial sonoro da Modus Operandi, uma banda que se define como rock industrial, mas que não se acomoda dentro do rótulo. E da inquietação criativa do quarteto surge a marca registrada da banda: o experimentalismo. Desde o início, há vintes anos, a banda apresenta suas referências (industrial, gótico, poesia concreta, atonalismo) de forma desconstruída, diluída e processada, sempre em busca de uma personalidade própria, de um som autêntico. E mais uma vez obteve êxito. Vício, Virtude, Violência é um trabalho com o selo Modus Operandi de qualidade.


Marcus Borgón